O estrangeirismo e suas influências positivas e negativas

Um filho da Pátria corrompido (Gabriel O pensador)

  Aí! Ô, ô, ô! /(Eu?) /Tu é brasileiro cumpade? /(Sou)/Tem certeza? /(É, ofcourse!) /Então porque que tá com essa camisa aí? /(É porque eu gosto, eu gosto muito dos Estados Unidos! /Eu adoro hot-dog, rock'n roll, rap...) /Ahhh... Tu gosta de rap? /(Rap? Oh yeah, yeah!) /Que bom! Então escuta esse negócio aqui! Presta atenção!
Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos /Eu fico puto, eu fico louco, eu fico logo mordido /Porque se fosse um americano eu já não ia gostar /Mas o pior é brasileiro quando cisma de usar /Uma jaqueta ou uma camiseta com aquela estampa /Daquela porra de bandeira azul vermelha e branca! /Eu não suporto ver aquilo no peito de um brasileiro/Me dá vontade de manchar tudo de vermelho /Vermelho sangue /Do sangue do otário /Que não soube escolher a roupinha certa no armário /E saiu de casa crente que tava abafando /Eu vô tentar me segurar mas eu num tô mais agüentando! /Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos /(Cores dos States com as estrelas e as listras) /Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos /(Não somos patriotas nem nacionalistas) /Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos /(Como o Tio Sam sempre quis)/Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos  /(Amigo vai nessa que tu tá é fudido) /(Ué? Mas você não gosta de americano não cara?) /Não é isso. Por mim não devia nem existir fronteira /Mas já que existe... Então vamos usar a nossa bandeira! /E ele saiu de casa crente que tava abafando /E eu fico puto, eu fico triste, eu fico quase chorando /De pena, de raiva, de tristeza, de vergonha /Quando eu vejo esses babacas esses panacas esses pamonhas /Que têm coragem de ir pra rua com um boné ou camiseta /Com as cores da bandeira mais nojenta do planeta! /Tem azul com estrelinha, tem branquinho e tem vermelho /O filho da pátria é burro, cego ou a casa dele não tem espelho? /Eu acho que é burro mesmo, coitado! /Sem rumo, sem governo totalmente alienado /Bitolado, do tipo que acredita no enlatado /Que passou no Supercine desse sábado passado /Eu tento me controlar, conto até dez respiro fundo /Ô filho da pátria é assim que você pensa que vai chegar no mundo? /Vestindo essa bandeira de outro povo/ Vestindo essa roupa escrota de submisso baba-ovo! /Que vergonha, que vexame, que tragédia que fiasco: /O enforcado desfilando com a bandeira do carrasco! /Condenado, parece que merece a morte Me enraivece um colonizado usar a bandeira da metrópole!/E não espere eles invadirem a Amazônia /Pra saber que não passamos de uma mísera colônia /Em pleno século vinte e um, beirando o ano dois mil /Por essas e outras devemos usar a bandeira do Brasil! /E lutar por um país fudido no quadro internacional /Tira a camisa dos Estados Unidos seu débil mental!
Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos /(Cores dos States com as estrelas e a listras) /Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos /(Não somos patriotas nem nacionalistas) /Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos /(Como o Tio Sam sempre quis) /Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos /(Amigo vai nessa que tu tá é fudido) E aí tá gostando mané? /(Ah, tô meio indeciso!) /Pra evita qualquer tipo de mal entendido/Eu chamei um amigo meu americano pra falar sobre isso /(I'm an american and I'm proud of my flag /But Gabriel is my friend and I understand what he said
/You gotta have personality keep your own nationality /Look at yourself try to live your reality /And maybe we will all have just one nation some day /But now use your own flag let me be U.S.A. /Each one has his own country but life is way above /We ain't talking about hate It's all about love...) E agora entendeu? /(Ó, não entendi não, mas eu achei muito bonito em inglês!/Os Estados Unidos é perfeito, é perfeito, eu adoro!) /(Não seja um imbecil meu irmão) /Amigo cê tá perdido enganado iludido /Já devia ter sabido o que são os Estados Unidos /Um país infeliz o mais hipócrita da terra /Malucos suicidas e imbecis que adoram guerra /Misturados num lugar cheio de farsa e preconceito /Me diz porque essa merda de bandeira no seu peito? /O quê que cê quer dizer quando veste uma camisa /Exaltando as belas cores dos opressores que te pisam? /O quê cê quer passar pra pessoa que olhar /Pro seu peito e num entender de que lado você tá? /Mas não precisa responder você tá do lado de baixo /Você é uma fêmea no cio e o Tio Sam é o seu macho /Você é o capacho dos norte-americanos /Por isso ainda acho que existe algum engano /Porque eu não me rebaixo a passear vestido /Com a roupa do inimigo: os Estados Unidos. /(Aí ô Gabriel, Gabriel, até que eu gostei dessa música aí .Mas eu acho que você tá exagerando, é ofensa! Chamar de inimigo!) /Ofendendo eu não tô não cumpade, é uma metáfora, é maneira de dizer /(Não tá sim, tá sim, isso é preconceito seu aí, é preconceito!) /Meu amigo eu já disse que eu não tenho preconceito /Agora se você não entendeu... então fuck you, mother fucker /(Como é que é? Peraí ô Gabriel! Gabriel! /Que que ele disse brother? Que que ele disse?) /(Ele disse pra você tirar essa camisa ridícula imbecil!)

 

O estrangeirismo e suas influências positivas e negativas

Introdução:

O estrangeirismo presente na  Língua Portuguesa falada no Brasil não vem de agora, há uma constante mudança desde a utilização do tupi, depois com a introdução do Português de Portugal, e pouco a pouco fomos adquirindo vocábulos de diversos idiomas para aí sim estarmos formando a língua que hoje utilizamos. No entanto o que esta sendo causa de algumas discórdias, de constante reportagens nos jornais e até de implantação de lei é a maçante influência norte-americana, que não acontece apenas na utilização de alguns vocábulos americanos, mas sim na substituição de certas palavras do Português pelo inglês, muitas vezes por modismo. E também uma crescente absorção da cultura em geral do norte-americano, nossa vida esta sendo baseada no cotidiano americano.

 

Objetivo:

Esse trabalho tem como finalidade mostrar resumidamente como se deu o estrangeirismo na nossa língua em uma ordem cronológica, e também expor ao ledor, que muitas vezes não percebe, ou até mesmo procura ignorar o fato de que o Português esta enfrentando  problemas diante da maçante presença da língua inglesa.

Desenvolvimento:

O Português se originou do latim falado, que era considerado um latim vulgar porque não possuía sintaxe, nem morfologia era uma língua autônoma, sem ligação com regra alguma. No entanto aos poucos o Português foi se aperfeiçoando e adquirindo em seu vocabulário palavras germânicas introduzidas pelos bárbaros no século V, árabes por volta do século VII,e  até mesmo gregas. Não só o Português teve descendência do latim, mas também o francês, espanhol e o italiano.

No Brasil antes da chegada dos portugueses, a língua falada era de origem indígena, e a mais conhecida era o dialeto tupinambá, já que era a língua predominante entre os índios, mas não a única. Com a colonização do Brasil a língua que passou a ser utilizada era o Português de Portugal, e devido à convivência com a cultura indígena foram sendo acrescentadas várias palavras de origem tupinambá que acabaram sendo aportuguesadas ou até mesmo usadas de modo original. Criando-se assim o Português utilizado no Brasil, com várias modificações da língua original de nossos colonizadores.

A África também deu boas contribuições para o Português. Na época da escravidão eram trazidos negros de várias regiões da África para trabalhar no Brasil,  no qual cada um empregava o dialeto de sua origem. Isso colaborou para que aos poucos palavras que eram utilizadas pelos negros fossem aportuguesadas e colocadas no nosso vocabulário. Da mesma forma que as palavras indígenas, as africanas são ainda utilizadas por nós, e muitas vezes não temos idéia que são estrangeirismos, no entanto, quando possuímos algum conhecimento sobre esse assunto, na maioria das vezes, não nos interessamos para saber mais sobre essas influências, que são de grande serventia para nossa cultura até os dias de hoje.

Diante disso podemos perceber que várias culturas e vocábulos de diferentes locais foram acrescentados a língua portuguesa, e sempre nos proporcionando bons resultados. Cada vez mais a nosso idioma se distinguia do utilizado em Portugal. A presença de estrangeirismos em nosso idioma não ficou restrito a povos colonizados, tivemos muitas influências européias. Inclusive a língua espanhola, que possui uma ligeira semelhança com o Português, participou desse processo principalmente com palavras ligadas ao meio musical. Com o Francês não foi diferente, a influência deu-se na Idade Média através da arte provençal. Um dos motivos da língua francesa ter sido bem recebida no Brasil era por ser considerada, por todos os países na época, elegante o uso desse idioma. Foram importadas muitas palavras desse vocabulário, e passamos a chamar de galicismo o emprego de vocábulos francesas em nossa língua. Alguns exemplos de galicismo são: assassinato, toillette, vitrine, tricô, emoção.

O italiano foi outra língua que contribui ainda mais para enriquecer nossa língua, as palavras que normalmente empregamos desse idioma são relacionadas à música, e arte em geral. Como exemplo temos as palavras cenário, caricatura e dueto. Mais tarde com a vinda de imigrantes italianos para o Brasil adquirimos não só ainda mais vocábulos, mas também costumes alimentícios dos italianos. Muito se comenta que o estilo de falar do paulista foi fruto de influência italiana, pois foi grande o número de imigrantes italianos para São Paulo.

A influência norte-americana, a mais recente em nossa língua, deu-se a partir da segunda guerra mundial. Os americanos tinham como objetivo acabar com qualquer ligação do Brasil com os países do eixo, principalmente a Alemanha. E também estavam com propósitos de fazer uma política da “boa vizinhança” para conquistar a simpatia do povo, para que futuramente pudessem “vender” sua cultura e seus produtos em nosso território. Eles procuraram de todas as maneiras agradar aos brasileiros, criando até mesmo um personagem da Disney chamado Zé Carioca, e  como podemos constatar no nosso dia-a-dia eles conseguiram o que queriam.

O imperialismo americano é cada vez mais crescente, sua cultura chega para nós através do cinema, da música, da televisão. Isso tem contribuído muito para se acrescentar inúmeras palavras inglesas ao nosso vocabulário, especialmente palavras ligadas à parte de lazer, esporte e alimentação. Além disso, há o fato dos americanos dominarem a indústria da tecnologia, e com isso são introduzidas em nossa língua dezenas de vocábulos utilizados na área da informática. Existem palavras de origem inglesa que foram aportuguesadas para fazerem parte nosso vocabulário oficial, contudo, muitas ainda não sofreram nenhuma modificação conseqüentemente não foram acrescentadas em nossos dicionários, nem por isso deixamos de utiliza-las diariamente.

 Essa constante  presença de palavras ainda não introduzidas oficialmente em nossa língua, e que são utilizadas por nós sem critério algum ajuda a se discutir a questão sobre o estrangeirismo no Brasil. Devido a essa polêmica tem se a proposta de entrar em vigor uma lei que combate o estrangeirismo na língua, criada pelo deputado Aldo Rebelo (PcdoB-SP), que já foi aprovada pela Comissão de Educação da Câmara , mas falta o aval do Senado. Essa lei tem como objetivo vetar o uso de expressões estrangeiras em eventos públicos, nos meios de comunicação e em estabelecimentos e produtos, e serão aceitas apenas palavras já integradas oficialmente em nosso vocabulário oficial.

Muitos estudiosos concordam com a iniciativa de Aldo Rebelo, enquanto outros, como Pasquale Cipro Neto admitem que certos estrangeirismos tornam a nossa língua mais rica, segundo ele essas influências são inevitáveis num mundo globalizado. Todos têm a consciência de que é necessário adquirir essas influências, entretanto, sem exageros. Uma grande maioria acredita que será impossível fiscalizar tudo, pois alegam que não cumprimos outras leis e essa será apenas mais uma.

O Brasil  não será o primeiro país a adotar a iniciativa de frear o estrangeirismo. A França é um exemplo claro no mundo todo de proteção a sua língua, o seu governo é o primeiro a colaborar publicando listas de palavras nos jornais que substituam vocábulos estrangeiros. Essa tentativa de se implantar a lei já é um começo para a discussão de se “vetar” o estrangeirismo. O objetivo não é abolir de vez o estrangeirismo, todos nós reconhecemos que é uma importante contribuição para a língua portuguesa, no entanto tem que haver uma trava principalmente diante da mídia em geral.

Estamos nos utilizando cada vez mais de palavras vindas do inglês, como por exemplo linkar ao invés de ligar,e é tão constante essa mudança que muitas palavras quando traduzidas para o Português não são reconhecidas, como a palavra sítio que normalmente não saberíamos do que se trata a não ser se chamássemos do novo convencional que é “site” , mas sabemos que poderiam ser adaptadas perfeitamente ao Português. Existem algumas pessoas que não aderiram a esse “modismo” e tentam manter vivo o Português, um deles é o escritor José Saramago que se recusa a falar mouse, ele chama de rato um dos acessórios do computador. Ele afirma em uma entrevista, quando lhe perguntaram o que pensava sobre o problema do estrangeirismo, não entender porque evitamos a colonização, com tantas medidas que tomamos, se no fundo gostamos de ser colonizados.

Conclusão:

Sabemos que seria um pouco difícil a comunicação com outros povos se cada um apenas utilizasse sua língua, mas da mesma forma que o inglês une os povos ele nos afasta de nossa própria língua. Temos que ter consciência que o Brasil não é como muitos países europeus, onde a população fala mais de um idioma. Nossa população mal tem acesso ao Português, e a utilização do inglês limita a informação apenas a uma parte mínima da sociedade, normalmente a mais rica. Precisamos perceber que o interesse dos Eua não é unir os povos e sim obrigar os países menos desenvolvidos a seguir seus padrões culturais, políticos e econômicos.

Não é só nossa língua que esta sendo ameaçada mas também toda nossa cultura, está absorvendo tudo que é lixo cultural vindo dos EUA, mas de um tempo pra cá não é só os americanos que estão dominando nossos territórios, há uma crescente presença de industrias européias no Brasil. Elas também não estão pensando em ajudar o nosso país como alguns imaginam, da mesma forma que os norte-americanos, elas apenas estão conquistando espaços para satisfazer interesses próprios, e já perceberam que o Brasil é um ótimo lugar.

Temos consciência que um dos grupos da sociedade que mais são atingidos por essas influências, são os jovens. Essa é uma geração onde tudo que é passado na TV é considerado como ideal, mas não podemos culpar só aos jovens, pois eles são frutos de uma educação ensinada pelos pais baseados em normas preestabelecidas através , principalmente, da televisão. E a solução para se tentar mudar isso não é proibindo, e sim fazendo com que ele tenha senso crítico dos assuntos. Isso também vale para o problema do estrangeirismo, não podemos simplesmente vetar a presença de influências americanas, temos sim que mostrar as pessoas os dois lados, deveríamos tratar do caso do estrangeirismo da mesma maneira que a França, divulgando as possíveis substituições dos vocábulos mostrando que o idioma de um país é uma de suas bases,  segundo Aldo Rebelo essa é uma das formas de dominação de um povo.

No início do trabalho encontramos uma música de Gabriel o pensador que foi composta em meados de 1993, entretanto não pode ser gravada devido a interesses particulares de sua gravadora (Sony), que é americana, podemos perceber devido a esse gesto a extrema autoridade que os Eua possuem em todos os meio de comunicação, até mesmo na música.           

Abaixo pode ser encontrada a justificativa, da deputada Jussara Cony, que apóia o projeto de lei n.º 1676, de 1999, do deputado Aldo Rebelo que tenta restringir o estrangeirismo desnecessário na Língua Portuguesa.

A palavra "idioma" se origina do grego e tem o significado de "caráter próprio de alguém". Assim e por extensão, idioma significa a língua de um povo, ou, mais precisamente, a língua que caracteriza, que identifica um povo. Por tais razões, o idioma é, também, um dos principais elementos identificadores e integradores de uma nação.

Não é à toa que, nos processos de dominação de um povo sobre outro, há a previsão de imposição da língua. Recentemente, quando o Timor Leste ainda estava sob a tutela da Indonésia, foi proibido o uso do Português pelos timorenses.

No Brasil, o que manteve nossa unidade, diante de nosso território gigantesco, foi o idioma comum a todos os brasileiros. E, ainda hoje, um dos elementos mais marcantes da nossa identidade nacional reside justamente no fato de termos um território imenso com uma só língua, esta plenamente compreensível por todos os brasileiros de qualquer rincão, independentemente do nível de instrução e das peculiaridades regionais de fala e escrita. Nosso idioma nos proporcionou esse verdadeiro milagre.

Reconhecendo a importância da matéria, o legislador constitucional considerou a língua portuguesa como idioma oficial da República, forma de expressão oral e escrita do povo brasileiro, tanto no padrão culto quanto na forma popular, e é parte integrante do patrimônio cultural brasileiro (arts. 13 e 216, parágrafos 1º e 4º, da CF/88).

É preciso tornar realidade os regramentos constitucionais, através de normas ordinárias, mormente quando o "milagre", que há pouco nos referíamos, está seriamente ameaçado.

Para expressarmos o grau dessa ameaça, recorremos a um trecho de discurso ilustrativo do eminente Senador Ronaldo Cunha Lima (PMDB – PB), proferido no dia 12 de novembro de 1998, perante o Senado, sobre a matéria:

“A invasão de termos estrangeiros têm sido tão intensa que ninguém estranharia se eu fizesse aqui o seguinte relato do meu cotidiano:

Fui ao freezer, abri uma coca diet; e sai cantarolando um jingle, enquanto ligava meu disc player para ouvir uma música new age.

Precisava de um relax. Meu check up indicava stress. Dei um time e fui ler um bestseller no living do meu flat. Desci ao playground; depois fui fazer o meu cooper. Na rua, vi novos outdoors e revi velhos amigos do footing. Um deles comunicou-me aquisição de uma nova maison, com quatro suites e até convidou-me para o open house. Marcamos, inclusive, um happy hour. Tomaríamos um drink, um scotch, de preferência on the rocks. O barman, muito chic, parecia um lord inglês. Perguntou-me se eu conhecia o novo point society da cidade: Times Square, ali na Gilberto Salomão, que fica perto do Gaf, o La Basque e o Baby Beef, com serviço a la carte e self service. (...) Voltei para casa, ou, aliás, para o flat, pensando no day after. O que fazer? Dei boa noite ao meu chofer que, com muito flair play, respondeu-me: Good night.”.

Na Informática temos: site, mouse, byte, home page, shift, chip, e-mail, on line, software, game, etc., afora os neologismos como deletar, formatar, clicar, e outros. Também, na Economia, no Direito, e em praticamente todas as áreas do conhecimento, há a importação de estrangerismos.

Paradoxalmente, contamos com palavras e expressões na língua portuguesa perfeitamente utilizável no lugar das estrangeiras incorporada ao nosso idioma sem qualquer critério crítico ou estético.

Nosso idioma tem a opulência léxica de 350 a 400 mil vocábulos, segundo estimativa do filólogo Antonio Houaiss. A língua portuguesa é falada, hoje, por cerca de 208 milhões de indivíduos, prevendo-se que, para o ano 2030, venha a ser falada por 336 milhões de pessoas. É, portanto, um patrimônio cultural a ser preservado.

Não se trata de xenofobia ou intolerância agir em prol da língua pátria; trata-se, isto sim, de estar-se atento aos evidentes sinais de descontentamento com a descaracterização a que está sendo submetido o nosso idioma frente à invasão corrosiva dos estrangeirismos excessivos e desnecessários.

Esta Colenda Casa tem, necessariamente, de ser uma guardiã da nossa língua, enquanto expressão de nossa identidade, cabendo defendê-la daquelas transformações que não advenham da fonte transformadora legítima – o povo, não confundindo modismos que perecem com o que é moderno e vivifica o idioma.

Confiando na sensibilidade dos nobres Pares, peço a aprovação do presente Projeto.

Dep. Jussara Cony

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