O que são raios?

"Por momentos um cúmulus compacto, de bordas acobreado-escuras, negreja no horizonte. Deste ponto sopra, logo depois, uma viração, cuja velocidade cresce rápida, em ventanias fortes. A temperatura cai em minutos e, minutos depois, os tufões sacodem violentamente a terra. Fulguram relâmpagos; estrugem trovoadas nos céus já de todo bruscos e um aguaceiro torrencial desce logo sobre aquelas vastas planícies”.

Assim descreve Euclides da Cunha a tempestade, uma das mais espalhafatosas manifestações da natureza, objeto de estudo de filósofos e cientistas desde a antiguidade. A física das descargas elétricas atmosféricas, os raios, ainda não está completamente desvendada, mas os especialistas até que já sabem alguma coisa.

Esse é o tema desta seção. Em nosso relato, vamos admitir que você já conhece um pouco de eletricidade, sabe o que é um campo elétrico, um potencial, uma corrente e um capacitor. Será uma exposição bem simplificada, por razões óbvias. A intenção é dar um esboço geral dos fenômenos e, possivelmente, despertar o interesse de futuros físicos da atmosfera.

 

Introdução

            Nas mitologias gregas indo-européias, o raio era um atributo divino, com o qual deuses poderosos, como o grego Zeus, manifestavam sua ira e fulminava heróis e humanos que se opunham a seus desígnios. Hoje a ciência estuda os raios para proteger de seus efeitos as aeronaves e construções.

            Raio é uma descarga elétrica luminosa visível que se produz entre uma nuvem e a superfície terrestre. Atualmente sabe-se que os raios são fenômenos elétricos produzidos por diferenças de potencial na atmosfera, com energia suficiente para superar a resistência do ar. Na atmosfera da Terra e de outros planetas, como Júpiter, os raios restabelecem o equilíbrio elétrico entre as nuvens e o solo, transmitindo de modo explosivo as cargas elétricas acumuladas num determinado ponto.

            Nas tempestades, agitação das nuvens faz com que suas cargas negativas se acumulam na base das nuvens. As positivas dispõem-se e, seu topo. Ao mesmo tempo, uma carga positiva é induzida na superfície da terra, sob a nuvem.

            Quando a atração entre tais cargas se torna excessiva, uma súbita descarga é desferida entre a terra e as nuvens. Reúnem-se cargas opostas.

            O raio é acompanhado de relâmpagos e trovão.  O relâmpago é um fenômeno luminoso: é o clarão da faísca. O trovão é o estrondo que se ouve após alguns segundos, produzido pela expansão e contração súbita do ar, atravessado pelo raio.

            A ação do raio é violenta e muito violento: a descarga principal atinge o ponto de encontro ou o solo em cerca de vinte milésimos de segundo, e a descarga de retorno dura cerca de setenta milionésimos de segundo. A ocorrência típica de um raio envolve uma diferença de potencial entre a nuvem e o solo de centenas de milhões de volts, com correntes máximas da ordem de vinte mil ampéres. As temperaturas na trajetória do raio chegam a 30.000K (cerca de 27.500o C).

            Desde a antiguidade os efeitos devastadores dos raios sobre a terra deram-lhes um aspecto mágico e ameaçador, que transparece em lendas e mitos de sociedades primitivas. Foram provavelmente os incêndios provocados por raios que deram ao homem o conhecimento e a posse do fogo.

            Benjamin Franklin foi o primeiro a projetar um experimento para tentar provar a natureza elétrica do relâmpago. Em julho de 1750, Franklin propôs que a eletricidade poderia ser drenada de uma nuvem por um mastro metálico. Se o mastro fosse isolado do solo, e um observador aproxima-se do mesmo um fio aterrado, uma faísca saltaria do mastro para o fio quando uma nuvem eletrificada estivesse perto. Se isto ocorresse, estaria provado que as nuvens são eletricamente carregadas e, conseqüentemente, que os relâmpagos também são um fenômeno elétrico. Em maio de 1752, Thomas-François D’Alibard demonstrou que a sugestão de Franklin estava certa e que os relâmpagos, portanto, eram uns fenômenos elétricos. Em junho de 1752, Franklin realizaram outro experimento com o mesmo propósito, seu famoso experimento com uma pipa. Ao invés de utilizar um mastro metálico, ele usou uma pipa, desde que ela poderia alcançar maiores altitudes e poderia ser usada em qualquer lugar. Novamente, faíscas saltaram de uma chave colocada na extremidade do fio preso a pipa em direção a sua mão.

            Também em 1752,  L. G. Lemonnier repetiu o experimento de Franklin com o mastro metálico, mas ao invés de aproximar um fio aterrado, colocou um pouco de poeira para ver se ela seria atraída. Ele descobriu que mesmo quando não haviam nuvens, situação conhecida como condição de tempo bom, uma fraca eletrificação existia na atmosfera. Ele também encontrou evidências de que tal eletrificação variava da noite para o dia.

 

 

O que são raios?

            A descarga atmosférica, popularmente conhecida como raio, faísca ou corisco, é um fenômeno natural que ocorre em todas as regiões da terra. Na região tropical do planeta, onde está localizado o Brasil, os raios ocorrem geralmente junto com as chuvas.

O raio é um tipo de eletricidade natural e quando ocorre uma descarga atmosférica temos um fenômeno de rara beleza, apesar dos perigos e acidentes que o mesmo pode provocar.

O raio é identificado por duas características principais:

- O trovão, que é o som provocado pela expansão do ar aquecido pelo raio.

- O relâmpago, que é a intensa luminosidade que aparece no caminho por onde o raio passou.

Os raios ocorrem porque as nuvens se carregam eletricamente. É como se tivéssemos uma grande bateria com um pólo ligado na nuvem e outro pólo ligado na terra.

A "voltagem" desta bateria fica aplicada entre a nuvem e a terra. Se ligarmos um fio entre a nuvem e a terra daremos um curto-circuito na bateria e passará uma grande corrente elétrica pelo fio. O raio é este fio que liga a nuvem a terra. Em condições normais, o ar é um bom isolante de eletricidade. Quando temos uma nuvem carregada, o ar entre a nuvem e a terra começa a conduzir eletricidade porque a "voltagem" existente entre a nuvem e a terra é muito alta: vários milhões de volts (a "voltagem" das tomadas é de 110 ou 220 volts).

O raio provoca o curto-circuito da nuvem para a terra e pelo caminho formado pelo raio passa uma corrente elétrica de milhares de ampéres. Um raio fraco tem corrente de cerca de 2.000 A, um raio médio de 30.000 A e os raios mais fortes tem correntes de mais de 100.000 A (um chuveiro tem corrente de 30 A).

Apesar das correntes dos raios serem muito elevadas, elas circulam durante um tempo muito curto (geralmente o raio dura menos de um segundo).

Os raios podem sair da nuvem para a terra, da terra para a nuvem ou então sair da nuvem e da terra e se encontrar no meio do caminho.

Muitos raios ocorrem dentro das nuvens. Geralmente este tipo de raio não oferece perigo para quem está na terra, no entanto ele cria perigo para os aviões.

 

O que são relâmpagos?

Relâmpagos são descargas elétricas de alta intensidade que ocorrem na atmosfera. A maior parte delas ocorre dentro das nuvens e é vista por nós apenas como clarões. Porém, uma parte delas sai das nuvens e dirige-se para o solo, atingindo-o A estas descargas damos o nome de raios. São os raios que preocupam tanto os homens, devido ao seu poder de causar muitas vezes prejuízos e mortes.

 

O gerador global: as tempestades

Como vimos, juntando todas as regiões de tempo bom no globo, verificou-se que há uma corrente elétrica de uns 1000 Ampères descarregando o capacitor planetário. O gerador que mantém o capacitor carregado, como veremos a seguir, são as tempestades e seus raios. As "descargas" elétricas que chamamos de raio, na verdade, carregam o capacitor terrestre, trazendo cargas negativas das nuvens para o solo.

Na figura abaixo mostramos uma "caricatura" do quadro global. A superfície da Terra é a placa negativa do capacitor e a ionosfera, a uns 50 km de altitude, é a placa positiva. Nas regiões de tempo bom, mostradas (apropriadamente) em azul, há uma corrente da placa positiva para a negativa. No total, essa corrente chega a 1000 Ampères e tende a descarregar o capacitor. Lembre que o "sentido convencional" da corrente elétrica vai da placa positiva para a negativa. As regiões onde ocorrem tempestades funcionam como se fossem enormes baterias suprindo uma corrente positiva do solo para cima. No cômputo geral, os dois efeitos se compensam e o capacitor se mantém carregado.

 

 

 

As evidências que dão suporte a esse modelo são as seguintes.

Medidas da quantidade de carga trocada durante as tempestades elétricas levam a valores de corrente total que se aproximam daqueles 1000 Ampères que fluem, em sentido contrário, nas regiões de tempo bom. Isso dá um balanço quantitativo ao processo geral. Além disso, verificou-se que as tempestades ocorrem, em média, com maior freqüência quando são 19 horas em Greenwich. Isto é, a distribuição das áreas de tempestade reproduz, aproximadamente, a curva de Carnegie, mostrando que há uma correlação entre as duas correntes.
Isso quer dizer que as tempestades com raios no Piauí, por exemplo, devem ocorrer com maior freqüência por volta das 4 horas da tarde, quando são 7 horas da noite em Londres. Talvez seja por isso que, de vez em quando, morre alguém jogando pelada de várzea no Piauí, atingido por um raio.

Resta, agora, descrever os personagens principais de nossa novela: as nuvens de tempestade e os raios.

 

A Eletricidade das Nuvens de Tempestade

As tempestades envolvem grandes nuvens chamadas "cumulus nimbus". São nuvens pesadas, com uns 10, ou mais, quilômetros de diâmetro na base e uns 10 a 20 quilômetros de altura. Medidas da carga elétrica em nuvens de tempestade indicam uma distribuição de carga semelhante, a grosso modo, a esta vista ao lado. O topo da nuvem é carregado positivamente e a base, negativamente.

As cargas negativas concentradas no pé da nuvem induzem cargas positivas no solo, abaixo delas. Entre a nuvem e o solo podem surgir diferenças de potencial elétrico da ordem de milhões de volts. É aí que se dão algumas das descargas elétricas que chamamos de raio.

 

 

 

A questão importante, nessa altura de nosso relato, é: como e por que as cargas se separam na nuvem de tempestade? Pois é, isso ninguém ainda sabe responder direitinho. Vários palpites já foram dados, é claro, alguns mais felizes que outros. Um dos melhores foi apresentado pelo físico Charles T. R. Wilson, o mesmo que inventou a câmara de nuvens para observar partículas sub-atômicas. Aliás, também foi dele a idéia de que as tempestades funcionam como baterias para manter carregado o condensador planetário.

Imagine uma gota de água no interior de uma nuvem, caindo por gravidade. A figura mostra essa gota com um "pequeno" exagero no tamanho. Como a gota está na presença de nosso conhecido campo elétrico de 100 V/m, haverá alguma separação de cargas dentro dela. A gota fica polarizada, com a parte de cima negativa e a de baixo, positiva. Na queda, a gota vai encontrando alguns dos tais íons positivos e negativos que existem na atmosfera. Os íons positivos são repelidos pela frente de ataque da gota em queda, enquanto os íons negativos são atraídos. Desse modo, à medida que cai, a gota vai acumulando cargas negativas e levando-as para a base da nuvem. Por conseqüência, a parte de cima da nuvem fica cada vez mais positiva.

 

 

O problema com esse modelo é que a carga total envolvida em uma nuvem de tempestade é muito grande e, aparentemente, o número de íons disponíveis não é suficiente para justificá-la. Na tentativa de salvar o modelo, Wilson e vários outros inventaram alguns truques mais ou menos engenhosos.

 

Anatomia de um Raio

            Na linguagem popular, relâmpago é o clarão intenso e raio é a descarga elétrica que causa o clarão. Adotaremos essa terminologia para descrever como é um raio. A maioria dos raios ocorre dentro da própria nuvem ou de uma nuvem para outra. Mas, vamos nos limitar a descrever um raio entre uma nuvem e o solo. E, já avisamos que esse, também, é um assunto de pesquisa em progresso, portanto, inacabado.

No final da página anterior tínhamos uma nuvem enorme com cargas separadas, negativas na base e positivas no topo. A presença dessas cargas negativas na base da nuvem induz uma carga positiva no solo, resultando em diferenças de potencial de milhões de volts entre a nuvem e a terra. Uma voltagem tão alta pode romper a capacidade de isolamento do ar (chamada de "rigidez dielétrica") fazendo com que elétrons, cargas negativas, comecem a se mover da nuvem para a terra. A figura abaixo mostra uma seqüência do que acontece nesse momento.

 

 

 

Os elétrons se movem na direção do solo em uma sucessão de passos, cada um com cerca de 50 metros. Esse percurso em zig-zag é chamado de "líder escalonado". "Líder" porque abre caminho para outros elétrons e "escalonado" porque é uma seqüência de degraus. A velocidade de deslocamento desses elétrons é muito alta, da ordem de 100 km/s. Alguns trechos podem se separar do trajeto principal, formando ramificações. Todo esse processo é extremamente rápido e praticamente invisível, pois a luminosidade do líder é baixa.

Quando a ponta do líder chega a uns 20 metros do solo, uma descarga, chamada "descarga de conexão", inicia-se de algum local pontudo no solo e fecha o circuito, formando um "fio condutor" que liga a terra à nuvem. As cargas negativas presentes no líder movem-se, então, em grande velocidade para o solo. As mais próximas do solo dão início à descarga e o processo todo se propaga às partes superiores com uma velocidade incrível. Um belo e apavorante risco luminoso corre do chão para a nuvem, mas, o processo é tão rápido que vemos todo o raio de uma vez. Observe que os elétrons movem-se de cima para baixo no canal aberto pelo líder enquanto a região de alta corrente e luminosidade sobe pelo canal. O ar em redor do canal luminoso é subitamente aquecido e se expande com violência. O som dessa expansão é o que chamamos de trovão.

Depois dessa descarga inicial, outras descargas secundárias costumam ocorrer, aproveitando o mesmo caminho aberto pelo líder. São de menor intensidade e ocorrem depois de um tempo tão curto que parecem ser um único raio. Só com câmeras de alta velocidade é possível distinguir as várias descargas.

 

Pára-Raios

            Ao inventar o pára-raio, em 1753, Benjamin Franklin julgava-o capaz de descarregar nuvens de tempestade e proteger edifícios. Sabe-se hoje que essa invenção apenas intercepta os raios terrestres e dissipa sua corrente na terra. O poder de atração do pára-raio se exerce a uma certa distância horizontal de sua localização, cujo valor máximo é chamado de alcance de atração. Para um raio de intensidade mediana e edifícios de até 60m de altura o alcance de um pára-raio é de uns 30m. Os códigos modernos de proteção contra raios raramente recomendam hastes verticais, mas sugerem condutores horizontais através das cumeeiras dos telhados, ao longo das partes vulneráveis da estrutura, com espaçamento regular sobre tetos planos. Um ou mais fios-terra são puxados dessa rede de condutores horizontais, evitando-se as espirais que possam provocar centelhas. Dada a curta duração da corrente do raio, o aquecimento do fio-terra não é significativo.

            O terminal de terra geralmente consiste em uma ou mais hastes metálicas, às vezes enterradas com os condutores horizontais nos solos de baixa condutividade. Mas, outras precauções são necessárias, considerando-se a possibilidade do fio-terra desprender faíscas laterais sobre o edifício, fenômeno particularmente perigoso quando a estrutura contém instalações metálicas internas. Essas faíscas podem ser prevenidas mediante redução da resistência do solo para minimizar as voltagens da descarga ou ligando os fios-terra a instalações metálicas expostas.

 

 

 

Fatos e mitos sobre raios e tempestades

Raios nunca caem duas vezes no mesmo lugar.

Grande mentira. Pelo contrário, raios adoram cair várias vezes no mesmo local. Aquele horrível mastro de bandeira que existe em Brasília, no meio da Praça dos 3 Poderes, já foi atingido por raios inúmeras vezes. Infelizmente, resistiu. Como vimos antes, a "descarga de conexão" costuma se iniciar em algo pontudo que se destaca da planura ao redor, como um prédio, uma árvore ou um peladeiro de campo de várzea. Na Idade Média era costume tocar o sino das igrejas durante as tempestades, para afastar os maus espíritos. Muito monge sineiro morreu por causa desse costume. Se você for surpreendido por uma tempestade no meio do campo aberto, nunca procure abrigo sob uma árvore isolada.

É perigoso falar no telefone durante uma tempestade.

A verdade é que muito pouca gente morre dentro de casa, atingida por raios. Mas, uns poucos azarados morreram porque estavam no telefone quando um raio atingiu suas casas e propagou-se pela fiação. Portanto, se a tempestade lá fora estiver mesmo braba, use o celular. Seguro morreu de velho.

Contando os segundos entre o relâmpago e o trovão dá para saber a distância do raio.

Dá, mais ou menos. A velocidade do som no ar é cerca de 330 metros por segundo. Portanto, conte os segundos desde o instante do relâmpago até ouvir o trovão, divida por 3 e terá a distância aproximada até o canal do raio, em quilômetros.

Depois da trovoada, sempre vem uma forte chuva.

É verdade, embora possa haver chuvas fortes sem trovoadas. Um modelo do físico atmosférico Bernard Vonnegut, irmão do famoso autor americano Kurt Vonnegut, sugere que grandes gotas de água se formam em torno do canal de descarga elétrica dentro da nuvem. Esse modelo é plausível, mas ninguém ainda conseguiu comprová-lo experimentalmente, em razão das óbvias dificuldades de testá-lo.

 

 

O que existe de verdade nas supertições?

Muitas supertições e lendas existem sobre raios. Algumas têm fundamento e outras não. Tentaremos analisar as principais supertições.

Um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar.       
Isto não é verdade. As estruturas elevadas, por exemplo, são atingidas várias vezes por raios.

É perigoso segurar objetos metálicos durante as tempestades.

Sim e não. Segurar objetos pequenos, como uma tesoura ou alicate, não provoca risco. Entretanto, carregar um objeto metálico, ou até mesmo um ancinho ou outra ferramenta metálica em um local descampado pode oferecer riscos.

 

 

Devemos cobrir os espelhos durante as tempestades, pois eles atraem os raios.

Não, isto não é verdade. Até hoje não foi demonstrada nenhuma relação entre os espelhos e os raios.

Andar com uma "pedra do raio" no bolso evita raios.

Quando um raio atinge o solo, sua corrente aquece o solo e se for muito intensa poderá  ocorrer a fusão de pequenas pedras, formando um pedregulho de aspecto estranho. Dizem que carregar uma destas pedras dá sorte e evita os raios. Evitar raios a pedra não evita, mas dar sorte, talvez sim!

 

Perguntas e respostas sobre os raios

É perigoso tomar banho em chuveiros elétricos durante as tempestades?

Sim. O chuveiro elétrico está ligado à rede elétrica que alimenta a residência e se um raio cair próximo ou sobre a mesma poderemos ter o aparecimento de "voltagens" perigosas na fiação e a pessoa que está tomando banho pode tomar um choque elétrico.

 

Não devemos operar aparelhos elétricos e telefônicos durante as tempestades?

Não, pelo mesmo motivo apresentado no caso de tomar banho. Os aparelhos elétricos e telefônicos estão ligados a fios, que podem ter suas "voltagens" elevadas quando há queda de um raio sobre ou perto das redes telefônicas e elétricas, ou mesmo no caso de um raio que caia sobre a casa.

 

É possível se proteger contra os raios?

Sim. A adoção de medidas de segurança pessoal minimiza bastante os perigos provocados pelos raios. A maior parte dos acidentes ocorre com pessoas que estão em locais descampados. Raramente temos acidentes com pessoas dentro de edificações.

 

É possível proteger equipamentos elétricos e telefônicos contra raios?

Sim. Existem protetores especiais que devem ser instalados nas tomadas e nos telefones. Em dias de tempestade é aconselhável desligar os equipamentos das tomadas.

 

É possível proteger casas e edificações contra raios?

Sim. A norma brasileira NBR 5419 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas - Jun/93, estabelece os critérios e procedimentos para a instalação de pára-raios em casas e edificações.

 

 

Existem os raio e o corisco?

Raio e corisco são nomes popularmente utilizados para designar as descargas atmosféricas.

 

O que é "raio-bola”?

É um tipo de raio muito raro. Ele tem o formato de uma bola de fogo, que fica flutuando no ar e algumas vezes ele explode, podendo provocar queimaduras em animais e pessoas próximas.

 

Caem mais raios em locais rochosos?

Não existe evidência científica de que o tipo de terreno influencie no número de raios que caem. O que sabemos é que em locais elevados caem mais raios de que em locais mais baixos.

 

Redes elétricas que cortam fazendas aumentam os riscos com raios?

Um raio que cai sobre uma rede elétrica, provavelmente cairia no mesmo local do terreno, mesmo se não existisse a rede elétrica. Como a rede elétrica se destaca, ou seja, ela acostuma ser um ponto elevado sobre o terreno, raios que iriam cair no solo ou sobre árvores acabam caindo sobre a rede.

O perigo que a rede elétrica traz é devido ao fato dela estar ligada à instalação elétrica de casas e edificações. Um raio que cai na rede elétrica ou nas suas proximidades acaba provocando o aparecimento de "voltagens" perigosas na fiação das edificações.

 

Quando um rebanho inteiro morre devido a um raio próximo a uma cerca, é devido ao próprio agrupamento dos animais ou à proximidade do rebanho da cerca? O que atrai mais, o agrupamento de animais ou a cerca?

O que atrai o raio é a altura relativa do objeto ou animal em relação ao solo.
O raio sempre cai na estrutura mais alta. Em muitos casos os animais são mais altos que a cerca e neste caso eles são pontos preferenciais para a queda de raios. Como a altura dos animais e da própria cerca não é grande, eles não atraem muitos raios. As árvores isoladas, em geral, atraem mais raios que cercas e animais.

Mesmo no caso de uma cerca devidamente protegida (aterrada e seccionada), se um raio cair sobre ela e se junto dela estiver um rebanho, provavelmente o resultado será catastrófico. O raio que cai diretamente na cerca energiza apenas um trecho dela, ou seja, o seccionamento e aterramento evitam a energização de toda a cerca. Apenas os animais junto ao trecho de cerca energizado correm grandes riscos.

 

Antes do Temporal

Você deve prestar atenção no céu.

Em um dia quente, nuvens se formam, tornam-se grandes e então escurecem. Como as nuvens se movimentam, tornam-se carregadas com eletricidade e produzem então os raios.

Os raios podem circular de um lado a outro nas nuvens ou de nuvem para nuvem. Podem também se movimentar da nuvem para a terra.

O raio pega o caminho mais curto. Portanto ele atinge o objeto mais alto, que pode ser uma árvore alta, uma casa, uma torre ou uma pessoa que esteja sozinha em um campo aberto.

O trovão e o raio ocorrem ao mesmo tempo. Como, porém, a velocidade da luz é muito maior que a do som, ocorre que a luminosidade (raio) aparece primeiro e o som do raio (ou trovão) leva algum tempo para chegar aos nossos ouvidos.

Podemos calcular a distância do temporal. Se após um raio, o trovão demorar 3 segundos para ser ouvido, a tempestade estará a 1 quilômetro de distância. Caso o som e a luz se derem ao mesmo tempo, cuidado: a tempestade estará perto de você.

O raio pode matar, atingindo diretamente as pessoas, iniciando incêndios e ceifando vidas. Além disso, podem provocar estranhos fenômenos, como "explodir" árvores. Como isso ocorre? O raio seca a seiva do interior do tronco de uma árvore, a seiva se transforma em vapor. O vapor aquecido se expande e explode, dividindo então a árvore.

 

Dicas Para Evitar Acidentes Com Raios

Tome os Seguintes Cuidados:

·         Abrigue-se em uma casa ou edificação;

·         Entre dentro de um carro com capota de metal e permaneça dentro. Os pneus do carro funcionam como isolantes;

·         Evite lugares descampados (praias, campos de futebol, etc.). Os raios normalmente "procuram" pontos mais altos e nesses lugares sua cabeça pode ser o alvo;

·         Se estiver em campo aberto permaneça agachado; não se deite no solo, pois a terra úmida é condutora de eletricidade;

·         Se estiver dentro da água, saia. Não permaneça na praia. Nas tempestades, evite o mar e as piscinas;

·         Não utilize o celular ou qualquer aparelho de rádio comunicação durante uma tempestade;

·         Fique longe de torneiras e canos, pois qualquer desses objetos pode conduzir eletricidade;

·         Não use o telefone, exceto em caso de emergência;

·         Não use trator, motocicleta, bicicleta ou qualquer outro veículo de metal de tamanho reduzido;

·         Não utilize eletrodomésticos como ferros de passar roupas, tostadeiras ou batedeiras, porque o raio pode seguir o fio. Fique longe da TV;

·         Evite abrigos isolados (como quiosques, por exemplo);

·         Evite árvores isoladas. Devemos ficar longe das árvores e postes porque são altos, tem pontas e acabam atraindo raios;

·         Não se coloque em posição mais elevada que os outros objetos a sua volta;

·         Evite o topo de uma montanha;

·         Não perma