aids

Como se Adquire a Doença

O vírus da Aids se transmite de vários modos. Um deles, porém, se destacou: a infecção pelo ato sexual. Por que se dá uma atenção muito particular para essa forma de contágio?

O sexo é um componente de grande importância na vida humana. As relações sexuais estão ligadas não só á e produção, mas também á afetividade de cada um. Por isso, um grande número de pessoas está sujeito a contrair doença. Mas é preciso analisar com cuidado a ligação entre Aids e sexo para evitar conclusões apressadas e enganosas.

O HIV já foi encontrado em diversas substâncias liquidas produzidas pelo corpo humano. Alguns exemplos são o sangue, a saliva, as lágrimas e o leite produzido pela mulher que amamenta um filho. Incluem-se nesses casos também o esperma e as secreções da vagina.

Dessa forma, os dois parceiros do ato sexual trocam entre si substâncias que servem de veiculo para o vírus. Essa troca acontece em lugares particularmente sensíveis do corpo humano.

Se um dos integrantes da dupla estiver contaminado, são enormes as probabilidades de que "passe" a doença para o outro. Mas é importante sublinhar: o HIV não pode aparecer do nada em nenhum desses parceiros.

Vamos supor um casal em que o homem e a mulher sejam virgens e que nenhum dos dois tenha sofrido qualquer outra forma de exposição ao vírus. Nessa relação, as possibilidades de contágio se reduzem a zero.

Como saber, porém, se um parceiro em potencial está contaminado ou não? Há portadores do vírus em que a doença ainda não se manifestou e dificilmente as pessoas se submetem a testes anti-HIV periodicamente.

O fato é que quanto mais parceiros, mais probabilidades de um contato com o HIV.

Por isso a promiscuidade, ou seja, o fato de se manter relações sexuais com grande quantidade de parceiros um dos fatores de risco na aquisição do vírus pela via sexual.

A promiscuidade facilita também a propagação de outras doenças sexualmente transmissíveis, como a gonorréia e a sífilis. O organismo enfraquecido fica então naturalmente mais vulnerável á Aids.

Na relação entre um homem e uma mulher, qualquer um dos dois pode ser infectado. Mas o risco parece superior para as mulheres do que para os homens, isso porque o vírus está presente em maior quantidade no esperma do que nas secreções vaginais.

Mas se uma mulher for portadora do vírus e estiver com uma outra doença sexualmente transmissível, apresentar algum corrimento vaginal devido a inflamações, ou mesmo estar menstruada, a quantidade de vírus será maior, aumentando assim as possibilidades de ela transmitir a Aids para o homem.

Há indicações também de que a Aids pode ser transmitida através do sexo oral. O contato das mucosas da boca que são um tecido sensível com as secreções do órgão genital do parceiro torna possível que a contaminação ocorra.

Ao considerar a aquisição da Aids por meio de contato sexual, é fundamental levar em conta pessoas que procuram a companhia do mesmo sexo: os homossexuais (o prefixo homo significa " igual" ).

Foi em homossexuais masculinos que se constatou inicialmente o aparecimento da doença. Ainda hoje, eles são considerados um dos grupos de risco, isto é, um conjunto de indivíduos mais sujeitos á contaminação.

Uma das razões é o fato de, num ato sexual desse tipo, a penetração ocorrer através do ânus. O pênis pode ocasionar feridas no reto, ou ainda sofrê-las, durante a penetração anal, e essas lesões facilitam a transmissão do HIV.
Além disso, a mucosa do reto tem grande poder de absorção (o que explica o porquê de certos remédios serem utilizados sob a forma de supositório). No caso de homossexuais femininos, o risco de contágio é praticamente nulo, já que não ocorre a penetração.

Um outro dado refere-se á maior liberalização dos costumes a partir dos anos 60. Tanto homens quanto mulheres passaram a ter mais parceiros ao longo da vida. E o relacionamento com várias pessoas parece ter sido um padrão de comportamento da maioria dos indivíduos do grupo homossexual.

Esses dois fatos transformaram os homossexuais masculinos nas principais vitimas do HIV. Mas não nas únicas.

Há indivíduos que se relacionam com parceiros homens ou mulheres, ou seja, são bissexuais. Em contatos alternados com pessoas do mesmo sexo e do sexo oposto, os bissexuais acabaram por trazer a Aids para os grupos heterossexuais.
De qualquer modo, como se pode perceber, é preciso ocorrer um contato intimo para a transmissão do HIV. São pequenas as concentrações do vírus na saliva é na lágrima. As características biológicas dessas substâncias demonstram que elas pouco significam em termos de contágio.

Assim, a convivência familiar ou social com portadores da doença não acarreta riscos de contaminação. Da mesma forma, abraços, apertos de mão, uso comum de copos e xícaras não resultam na infecção.

A relação sexual é uma troca. De sensações e sentimentos, mas também, num nível biológico ,dos microorganismos que habitam o corpo humano. Assim, através do sexo, muitas doenças podem ser transmitidas principalmente quando nos descuidamos da higiene.

A Aids é uma doença sexualmente transmissível., mas existem outras, menos graves, para algumas das quais já existe cura. Entretanto, elas tem de ser tratadas no momento certo, caso contrario suas conseqüências são perigosas .

Uma doença sexualmente transmissível, ou doença venérea, pode acometer uma pessoa sem que ela apresente nenhum sintoma. Mesmo assim, o indivíduo contaminado transmite a doença. Isso é mais comum para as mulheres. É recomendável, portanto, que toda mulher consulte um ginecologista pelo menos uma vez por ano.

Como no caso da Aids, prevenir é melhor que remediar. A camisinha deve ser usada sempre que um dos parceiros suspeitar da promiscuidade do outro. Além disso, é importante consultar um médico sempre que houver dor, ardência, dificuldade para urinar coceira, irritação nos Órgãos genitais ou secreção na vagina ou no pênis.


Outras Formas de Contaminação


O uso de certas drogas também se mostrou uma perigosa forma de transmissão e contágio. A injeção na veia, um dos modos pêlos quais algumas drogas são utilizadas, revelou-se um veiculo fulminante da doença.

Através dessa via, o vírus se transmitiu para um número grande de usuários ou consumidores eventuais detóxicos, independentemente de se tratar de homens, mulheres, heterossexuais, homossexuais ou bissexuais.

Hoje, á medida que uma maior conscientização das pessoas reduz gradativamente a transmissão pelo sexo, o uso de drogas por meio de seringas tem se mostrado um dos modos mais comuns de contaminação.

Antes de mais nada, é preciso deixar bem claro o que estamos chamando aqui de drogas, já que a palavra é genérica.
Em sentido amplo, ela compreende substâncias que podem ir desde a nicotina do cigarro e o álcool de certas bebidas até o canabinol da maconha, a morfina e o LSD, passando inclusive por comprimidos contra a gripe e outros remédios corriqueiros (aliás, drogaria é um sinônimo de farmácia).

As drogas a que nos referimos são os entorpecentes. Trata-se de substâncias utilizadas pelo homem para obter de maneira artificial sensações em principio agradáveis, física ou mentalmente.

Não é simples determinar o que leva um indivíduo ou grupo social a se utilizar das drogas. Seu uso, porém, conduz ao vicio.

Cria-se inevitavelmente uma relação de dependência entre o usuário e o produto. As conseqüências tendem a ser fatais: perda de contato com a realidade, doenças, loucura e morte.

Entre os entorpecentes, alguns como a cocaína, a heroina e a morfina podem ser consumidos sob a forma de injeção intravenosa, isto é, na veia. Desse modo, facilita-se a absorção da substância pelo organismo. Uma vez no sangue, a droga atinge rapidamente o cérebro, proporcionando em menos tempo os efeitos desejados pelo usuário.

Os casos de contaminação por uso de drogas injetaveis têm aumento em alguns grupos da população, demonstrando
que as seringas descartáveis não têm sido devidamente utilizadas.

Além dos outros problemas que o consumo de drogas cria, a aplicação intravenosa é propicia á veiculação da Aids, porque, com os sentidos alterados pelo entorpecente, o usuário não se preocupa com questões mínimas de higiene.

Freqüentemente, o viciado perde de vista a preocupação consigo mesmo e com os outros e uma mesma agulha é utilizada por várias pessoas. Restos de sangue se acumulam então nas seringas e agulhas, sendo injetados juntamente com a droga na veia dos consumidores.

É importante observar que a ausência de cuidados higiênicos que caracteriza esse modo de propagação do HIV não se restringe aos viciados.

Quando relacionada ao sangue, a manipulação de instrumentos de metal, que furam ou cortam, pode ocasiona o contágio. Isso vale para instrumentos de dentistas, de manicures, lâminas de barbear, agulhas de tatuagem ou de acupuntura, etc.

De qualquer modo, até hoje são pouquíssimos os casos de profissionais de saúde que se infectaram e não existem registros de contaminação de qualquer pessoa através dos instrumentos mencionados.

Como o sangue é o veiculo preferencial do HIV, as transfusões tornaram-se também uma forma relativamente comun de contagio, antes do desenvolvimento dos testes anti-Aids.

Os hemofílicos acabaram se incluindo nos grupos de risco, pois quem sofre de hemofilia deve se submeter a freqüentes transfusões.

Do mesmo modo, o transplante de órgãos do corpo humano pode ocasionar a contaminação, se o doador estiver infectado Nesse caso, é necessário um processo de triagem, através dos testes de prevenção.

É possível também que ocorra a chamada transmissão vertical, isto é, da mãe contaminada para o feto ou o recém-nascido. Isso pode acontecer de três maneiras: no primeiro trimestre da gravidez, através da placenta que envolve o feto; no contato direto com o sangue materno durante o parto; ou pelo leite materno.

Filhos de mães portadoras do vírus da Aids poderá ser contaminados desde a gestação.

Diagnóstico

Há várias maneiras de se realizar o diagnóstico, determinação da existência de uma doença, das doenças infecciosas. Uma delas é a de demonstrar a presença do microorganismo causador da doença.

Essa demonstração pode ser feita através do microscópio, que permite visualizar o agente. Para isso, na maior parte das vezes, são utilizados corantes que destacam o na microorganismo na superfície do material, sangue, urina, fezes, colhido do paciente.

Pode-se ainda utilizar meios de cultura: os microorganismos são injetados em animais de laboratórios, onde podem multiplicar-se com facilidade. Outro método é a demonstração indireta: em vez do microorganismo, procura-se pêlos anticorpos produzidos contra ele.

Na Aids, o diagnóstico é geralmente feito pelo método indireto. Isto é, pesquisa-se no sangue dos pacientes a presença de anticorpos contra o vírus. Os testes podem variar, mas os mais utilizados no mundo inteiro são o Elisa (iniciais de Enzime Linked Immunosorbent Assay, ou ensaio de imunoadsorção ligado á enzima), utilizado em triagens de doadores de sangue e em pessoas suspeitas de estarem infectadas; e o Western-blot, considerado um teste confirmatório, a ser realizado posteriormente ao Elisa, que apresenta uma margem de erro de 30%.

No método Elisa utiliza-se uma pequena esfera de plástico recoberta com proteínas HIV. Se o paciente tiver entrado em contato com n vírus, serão produzidos, após algum tempo, anticorpos específicos em seu sangue, que se ligarão ás proteínas do vírus.

Esse teste, entretanto, deve ser repetido duas vezes, devido a sua margem de erro. A presença de anticorpos no sangue deve ser interpretada de forma cautelosa se não houver outros sinais clínicos, pois ela indica somente que o indivíduo entrou em contato com o vírus e não que tenha desenvolvido a doença.

Assim, o Elisa pode, muitas vezes, apresentar resultados falsos positivos (os anticorpos encontrados não são específicos contra o HIV, embora se assemelhem a eles) ou falsos negativos (portadores de níveis de anticorpos muito pequenos, que não podem ser detectados).

Já o teste Westem-Blot é o mais preciso que se conhece. Mas trata-se de um método muito complexo, trabalhoso e caro. Por isso, é recomendado somente quando o Elisa der resultado positivo, para que se faça a confirmação.

Uma questão importante quando se fala em testes para diagnosticar a Aids é: em que circunstancias eles devem ser realizados? Afinal, um resultado positivo tem graves conseqüências do ponto de vista emocional, social, ético e econômico.

Como norma geral, os testes são obrigatórios para quem vai doar sangue ou órgãos ou, ainda, quando se suspeita da infecção.Mas eles devem sempre ser comunicados ao paciente, que pode concordar ou não com sua realização.

Se o diagnóstico for positivo, deve-se avaliar o estado imunológico do paciente com uma série de exames, para que se possa fazer um prognóstico detalhado e analisar quais as medidas que devem ser tomadas.

Tratamento

A AIDS não significa uma sentença de morte a curto prazo. É certo que não existe até o momento um remédio que elimine completamente o HIV do organismo infectado. Por outro lado, ainda não se tem certeza de que todos os pacientes contagiados pelo vírus vão manifestar a doença.

Além disso, enquanto não atingem a fase terminal e muitos esforços podem ser realizados para retardá-la , os doentes não deixam de ter alguma esperança. São muitas as pesquisas que se desenvolvem em todo o mundo e a cura definitiva pode ser descoberta a qualquer momento.

Enquanto isso não acontece, pelo menos já se dispõe de tratamentos específicos contra o HIV, de medidas gerais para diminuir o sofrimento do doente, de terapias para as infeções oportunistas e os tumores. Vamos agora considerar cada um desses casos separadamente.

Tratamento Especifico


Contra os vírus, existem dois tipos de produtos farmacêuticos: as drogas virucidas, que os destroem, e as virustáticas, que impedem sua multiplicação no organismo.

Até agora, os medicamentos testados contra o HIV são virustáticos. Usados para deter ou retardar a evolução da doença, aumentam o tempo de sobrevivência e melhoram a qualidade de vida dos pacientes.

Entre esses remédios, um se destaca pelos resultados obtidos e por ter sido mais experimentado em todo o mundo: a azidotimidina. Mais conhecida como AZT, essa droga dificulta o avanço dos vírus sobre os linfócitos.

Mas o AZT provoca vários efeitos colaterais, como náuseas, insônia, dores musculares e anemia (destruição dos glóbulos vermelhos do sangue). Além disso, seu custo é alto e é preciso tomá-lo constantemente, o que dificulta seu acesso aos doentes mais pobres.

De qualquer modo, depois de algum tempo de uso, o AZT passou a ser administrado em doses menores e mais precocemente, mesmo na fase em que a pessoa infectada ainda não manifestou a doença. Testes recentes no entanto têm contestado o uso nessa fase, sugerindo que não há diferenças significativas para o doente.

Do mesmo grupo da azidotimidina e com ação semelhante, há também o DDC e o DDI. Eles podem ser empregados gados em substituição ao AZT, ou ainda administrados de forma alternada ou associada ao AZT.

O DDI apresenta efeitos colaterais diferentes, podendo inclusive prejudicar o pancrêas.De qualquer modo,esses efeitos podem ser considerados um mal menor, diante das ameaças da Aids.

Medidas Gerais

No aspecto físico, a alimentação saudável e o sono, ambos com horários regulares, têm efeitos positivos na prevenção das doenças oportunistas. Exercícios e atividades ia esportivas também são recomendáveis, desde que não exista especificamente uma contra-indicação.

Quanto ao aspecto emocional, ele não pode ser desprezado e a assistência psicológica de profissionais é indicada. Um melhor esclarecimento sobre a doença e suas fases evolutivas ajuda a reduzir ansiedades e a tranqüilizar o paciente.

Com o auxilio de psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais, a depressão e a dependência geradas pela marginalização (provocada pelo preconceito de uma sociedade que desconhece e mistifica a Aids), pelos custos elevados do tratamento e pela diminuição da capacidade produtiva do doente podem ser aliviadas.

Tratamento das Infecções Oportunistas e dos Tumores

São muitas as infecções que ocorrem nos pacientes com Aids. E, neles, essas doenças apresentam características particulares, ao contrário de quando acometem pessoas cujo sistema imunológico não está afetado.

Assim, os pacientes podem sofrer de várias infecções ao mesmo tempo, causadas por diferentes agentes infecciosos, que, apesar de um tratamento adequado, raramente ou nunca são eliminados por completo.

Por isso, mesmo depois que elas regridem, há necessidade de dar continuidade ao tratamento, por tempo indeterminado. Caso contrário, são comuns as recaídas, ocasião em que as doenças se tornam mais rebeldes ás formas tradicionalmente empregadas para tratá-las.

Existem medicamentos adequados e eficientes para o tratamento da maioria das infecções que atacam os pacientes com Aids, sejam elas causadas por vírus, fungos, bactérias, protozoários ou vermes. Mas, além de serem muito caros, todos trazem efeitos colaterais indesejáveis.

Como vários remédios são usados cumulativamente, á medida que o paciente vai apresentando novas infecções, a situação vai se tornando mais difícil. Mesmo porque, na falta de resposta do sistema imunológico, os medicamentos têm de ser utilizados em doses máximas e por tempo cada vez mais prolongado.

A utilização de medicamentos contra as infecções oportunistas pode ter caráter preventivo, ou seja, eles podem ser usados antes que as infecções se manifestem. Os médicos já dispõem hoje de elementos para saber em que ocasião um paciente pode estar mais sujeito a contrair determinada infecção.

Também no tratamento dos tumores empregam-se os medicamentos habituais, associados ou não a imunoes timulantes, ou seja, remédios que estimulam o sistema imunológico.

Juntamente com as drogas antivirais, eles possibilitam que sejam poupadas as células envolvidas na reação imunológica, particularmente os linfócitos T. Essas células, sob a ação dos estimulantes, propiciam a recuperação temporária do sistema imunológico.

Prevenção


É melhor prevenir do que remediar, diz o ditado. No que se refere á Aids, ele é extremamente adequado. Se até o momento não existe cura para a doença, várias maneiras de se evitar o contágio são conhecidas. E a primeira arma da prevenção é a informação.

Só esclarecidas, as pessoas podem por em prática as medidas preventivas adequadas. Vamos conhecê-las, agora, caso por caso, uma vez que são várias as formas de contágio.


Transmissão Sexual

Para evitar a infecção pela Aids através do relacionamento sexual, são necessários alguns pequenos cuidados,relacionados ao comportamento. A liberdade sexual que se propunha há cerca de três décadas tornou-se um comportamento de risco.

A possibilidade de infecção através do sexo é diretamente proporcional ao número de parceiros(as) sexuais. O relacionamento com um(a) único(a) companheiro(a), com fidelidade reciproca, é um método seguro de evitar o contágio.

O contato sexual com pessoas desconhecidas ou que tém comportamento promiscuo é arriscado. Na eventualidade de um relacionamento assim, o uso da camisinha tornou-se obrigatório.

Deve-se escolher as camisinhas de marca conhecida e de qualidade comprovada. Mais preferir as que já vém lubrificadas, o que é especificado na embalagem.

A lubrificação diminui o atrito e impede que o preservativo rasgue. A data de validade deve ser verificada, comoem qualquer outro produto industrializado.

As camisinhas são descartáveis e jamais devem ser reutilizadas. Quando forem manipuladas, deve-se tomar cuidado para não perfurá-las com as unhas ou anéis.

O preservativo deve ser colocado quando o pênis estiver ereto, para que se ajuste perfeitamente a ele. É importante não esquecer de comprimir a ponta da camisinha, para que fique sem ar: esse espaço vai receber o esperma. Assim, evita-se que ela se rompa no momento da ejaculação.

Após a ejaculação, a camisinha deve ser retirada com cuidado, procurando-se evitar o vazamento do esperma. Em seguida, ambos os parceiros devem lavar com água e sabão os órgãos genitais.

Transmissão por Sangue ou Derivados

O contágio através de transfusões de sangue e seus derivados tornou-se raro. No Brasil e na maioria dos países do mundo, já se transformou em lei a obrigatoriedade da triagem, ou seleção, dos doadores de sangue.

Os eventuais doadores são obrigados a responder a questionários padronizados e específicos. Além disso, em todo sangue doado são feitas as reações sorológicas anti- HIV, para se ter certeza de que ele não está contaminado.

Outra medida preventiva, nesse sentido, é restringir as transfusões somente aos casos em que elas forem realmente necessárias.

Por outro lado, tém sido pesquisados mecanismos de inativação do HIV no sangue e seus derivados. O grande problema é desenvolver procedimentos que inativem o vírus, mas não alterem as propriedades do sangue que vai ser utilizado na transfusão.

Isto já foi conseguido, por exemplo, em relação a fatores de coagulação que são utilizados para pacientes que sofrem de hemofilia. No fim da década de 70 e inicio da de 80, os hemofílicos foram as grandes vitimas da Aids adquirida por transfusão de sangue. A triagem vale também para órgãos e tecidos transplantados, bem como para o esperma, quando se trata de casos de inseminação artificial.

Para controlar o contágio pelo uso compartilhado de seringas e agulhas por viciados em drogas injetáveis, as pessoas que não conseguem abandonar o vicio tém de usar seringas e agulhas descartáveis, ou material de uso próprio, individual e exclusivo, devidamente esterilizado.

No tocante aos utensílios de manicures, pedicures, acupunturistas e tatuadores, quando não forem descartáveis, deve-se certificar de que eles passaram por processos de esterilização. Instrumentos cortantes (lâminas de barbear, por exemplo) não podem ser compartilhados com ninguém.

Transmissão Vertical

Para a mulher infectada, engravidar significa um grande risco de transmissão da Aids ao próprio filho. Amamenta-lo com o próprio leite, nessas condições, também é contra-indicado.

Mas a gravidez pode ter ocorrido antes da contaminação ou antes que se tomasse conhecimento do fato. Nesse caso, alguns estudiosos têm sugerido o parto cesariano para evitar que a contaminação se dê pelo contato com o sangue na passagem do bebê pelas vias naturais.

Transmissão Acidental

Dois aspectos devem ser considerados: a transmissão da doença para profissionais da área de saúde (médicos, pessoal de enfermagem, dentistas, etc.) e a transmissão do profissional para seus pacientes. Ambos os casos são raros e o risco pode ser nulo, desde que as medidas preventivas sejam respeitadas.

 

AIDS  

SUMÁRIO

1. Introdução

2. Considerações preliminares

3. Breve histórico da AIDS

4. AIDS e HIV

5. Ação do HIV no sistema imunológico

6. Portador assintomático e sintomático ao HIV e pessoa com AIDS

7. Testes anti-HIV

7.1. Bancos de sangue

8. Medicamentos antiretrovirais

9. Sobre transmissão e prevenção

10. Como o HIV não é transmitido

11. Como usar a camisinha

12. Barreira de látex para o sexo oral

13. Avaliando riscos nas práticas sexuais

14. Sexo mais seguro

15. Procedimentos de biossegurança

16. Mitos e lendas

17. A saúde e a ética

18. Conclusão

19. Locais para atendimento no serviço público de saúde

20. Glossário

21. Bibliografia

1. INTRODUÇÃO


Este material se propõe a servir de suporte para atividades relacionadas à educação e prevenção à AIDS. Portanto, seu objetivo é fundamentar ações e estratégias que busquem, dentro de um contexto determinado, promover a mudança de posturas, hábitos e atitudes.

Nesse sentido, a equipe que organizou este material procurou abordar não apenas informações técnicas a respeito da epidemia de HIV/AIDS, mas, sobretudo, enfocar questões correlacionadas a aspectos psicossociais da ação do HIV em nosso meio. Este trabalho, enfim, é fruto da experiência acumulada em oito anos de serviços prestados na área de prevenção à AIDS pelo GAPA-MG.


Coordenadoria de Ensino e Educação.


1. O GAPA - MG

O Grupo de Apoio e Prevenção à AIDS do Estado de Minas Gerais (GAPA - MG) é uma entidade civil, sem fins lucrativos e reconhecida como Utilidade Pública em âmbito Municipal e Estadual.
Fundado em 1987, o Grupo compõe-se de profissionais com formações diversificadas que atuam como voluntários nas diversas atividades desenvolvidas pela entidade.

O GAPA - MG entende que a AIDS é uma questão de saúde pública e que deve contar com a participação popular na busca de suas soluções.

As linhas de ação prioritárias são:

- prestar apoio direto e assistência aos portadores do HIV e às pessoas com AIDS;
- difundir informações corretas, de forma clara, segura e atualizada sobre a AIDS e assuntos correlacionados;
- atuar contra o preconceito e a discriminação aos portadores do HIV e às pessoas com AIDS e
- lutar pela instalação de um serviço de saúde pública eficiente no Estado.

2. Considerações preliminares

A AIDS é um fato e, muito mais que uma doença, já se tornou uma grave questão social, pois:

- a maioria das pessoas com HIV é jovem;

- seu agente etiológico - o HIV - não ataca apenas "certas" pessoas ou "certos" grupos;

- a AIDS traz graves problemas psicológicos;

- seu controle e tratamento exigem gastos financeiros bastante elevados, inversamente proporcionais se fossem desenvolvidos programas básicos de prevenção previamente.

A AIDS é evitável, desde que se conheçam bem as formas de transmissão e os meios de contaminação pelo HIV.
Diante de tudo isso, é importante desenvolver estratégias de prevenção que tentem se antecipar à dimensão epidêmica da AIDS.

Como a AIDS ainda é uma doença incurável, os "remédios" mais eficazes são a informação e a educação, para evitá-la; a solidariedade, para minimizar suas conseqüências e um sistema de saúde pública bem organizado para atender à população atingida.

Aprendendo a se proteger e tendo acesso a informações mais claras os medos infundados tendem a desaparecer e as pessoas poderão deixar de evitar os indivíduos com AIDS, com receio de ficarem contaminados.

É necessário verificar sempre a procedência das informações sobre AIDS, principalmente as veiculadas pelo rádio, jornais, revista e televisão, já que parte da imprensa, às vezes, noticia fatos e dados inverídicos ou não comprovados cientificamente.
É comum também encontrarmos informações de fundo moralista, preconceituoso ou discriminatório, que nada contribuem para a prevenção contra a AIDS.

É ainda freqüente, afinal, encontrarmos pessoas que se posicionam de maneira equivocada, pensando que a AIDS não é problema seu. A AIDS é uma questão de todos nós e requer uma posição decidida para enfrentá-la.

3. Breve histórico da AIDS

Os primeiros casos do que veio a se chamar AIDS foram identificados nos Estados Unidos, em 1981. Constatou-se, em Los Angeles e Nova York, que alguns homossexuais do sexo masculino estavam sendo acometidas por um tipo raro de pneumonia, enquanto outros apresentavam também um câncer muito raro, o Sarcoma de Kaposi. Concomitantemente, no mesmo ano, foram verificados casos em homossexuais franceses, embora não houvesse comunicação entre esses casos.
Mesmo não se conhecendo a causa desses acometimentos, foi-lhe dada a denominação de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS, pois enfraquecia o organismo humano deixando-o com pouca resistência às doenças.

Em 1983, cientistas franceses conseguiram identificar e isolar o vírus causador da AIDS, cuja sigla foi definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) apenas em 1986, após uma polêmica entre cientistas norte-americanos e franceses: Vírus da imunodeficiência Humana.

Desde então, a AIDS tornou-se uma das doenças mais pesquisadas em todo o mundo e o HIV, um dos vírus sobre o qual se deteve mais conhecimento e tempo de pesquisa. Todavia, muito ainda há para ser descoberto e analisado, tanto no que se refere às formas de tratamento clínico-ambulatorial, quanto ao que diz respeito a medicamentos mais específicos e produtos vacinais.

Depois de quinze anos de epidemia de HIV/AIDS pôde-se verificar que a doença veio para ficar. Infelizmente, a AIDS não é apenas um surto que pode ser tratdo com vacinação em massa. Para combater e lutar contra essa síndrome é necessária uma mobilização comunitária bem construída e tecida no sentido de garantir espaço para a educação e a prevenção, abrindo oportunidade para a mudança de hábitos, posturas e atitudes. Afinal, a falsa idéia de 'grupo de risco' deixou de existir para dar lugar ao conceito de "comportamento de risco".

4. AIDS E HIV

A sigla AIDS designa, em inglês, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Embora sua sigla em português seja SIDA, é o termo AIDS que vem sendo amplamente utilizado no Brasil.

Síndrome diz respeito a um conjunto de sinais e sintomas que podem ser produzidos por mais de uma causa. Imunodeficiência se traduz na incapacidade do organismo, através de seu sistema imunológico, de se defender dos diversos agentes causadores de doenças. E adquirida nos remete a algo que se contrai em algum período dentro de um processo ao longo da vida.

A AIDS, portanto, é uma condição na qual se manifesta um conjunto de doenças, devido à incapacidade do organismo de se defender.

Normalmente percebe-se uma seqüência de etapas que culminam na AIDS: em primeiro lugar, a aquisição do vírus por meio de determinadas situações consideradas de risco; em seguida, um período de constante equilíbrio entre a carga viral e o conjunto de células responsáveis pela imunidade do ser humano; posteriormente, o início do desenvolvimento da incapacidade do organismo se defender, manifestada pelo aparecimento de alguns sintomas ao mesmo tempo e, finalmente, a manifestação de algumas doenças relacionadas à AIDS.

Na AIDS, a condição de imunodeficiência é provocada por um vírus, denominado Vírus da Imunodeficiência Humana, designado pela sigla em inglês HIV, também adotada no Brasil.

Fica fácil entender que a AIDS não se transmite, mas se desenvolve. O que se transmite é o vírus causador da imunodeficiência que desencadeia a AIDS: o HIV.

Viver em tempos de AIDS requer que se conheçam bem as circunstâncias em que se corre o risco de contrair esse vírus - às quais denominamos "situações de risco".

5. Ação do HIV no sistema imunológico

Quando o indivíduo se expõe a alguma situação de risco e contrai o HIV, o sistema imunológico reconhece sua presença e dá início à produção de anticorpos anti-HIV, na tentativa de neutralizar seus efeitos. O HIV, porém, vai se alojar dentro de algumas células do organismo, inclusive dentro das células coordenadoras do sistema imunológico (os linfócitos).

Em geral, o processo de produção de anticorpos pode ser iniciado com até duas semanas de retardo, contadas a partir do momento da contaminação, estendendo-se até três meses após o momento do contágio. Essa faixa de tempo ocorre em 98% dos casos, sendo denominada soroconversão ou "janela imunológica". Em casos mais raros esse período pode se estender até seis meses.

Sabe-se que desde o momento de entrada do vírus no organismo humano ocorre uma reação das células de defesa tão logo elas tenham identificado e localizado a presença do vírus. Inicia-se um processo de embate entre a carga viral e as células imunológicas na tentativa de manter o funcionamento da imunidade corporal em equilíbrio. Esse ciclo se repete até que o sistema imunológico, desorganizado, não consiga mais desempenhar seu papel de defesa do organismo contra o ataque dos agentes causadores de doenças, o que se traduz na condição de imunodeficiência.

O organismo, incapaz de se proteger contra o ataque dos agentes causadores de doenças, fica vulnerável a uma série de infecções oportunistas, assim chamadas porque se aproveitam da oportunidade do sistema imunológico estar desorganizado para se manifestarem.

6. Portadores assintomáticos e sintomáticos do HIV, e pessoas com AIDS

Contraído o HIV, ocorre no indivíduo um processo infeccioso - que normalmente passa despercebido - e, como já vimos, o HIV vai se alojar dentro das células do sistema de defesa, iniciando seu processo de reprodução. Durante esse período, diz-se que o indivíduo é portador assintomático do HIV. O exame é positivo, porém a pessoa está tão bem quanto qualquer outra que não tenha o HIV. No entanto, nessa fase a pessoa pode transmitir o vírus a outras ao se envolver em situações de risco.

Alguns indivíduos contaminados desenvolvem algumas doenças oportunistas (que não levam à morte) causadas pelo enfraquecimento do sistema de defesa natural provocado pela ação do HIV. Essas doenças se aproveitam da desorganização do sistema imunológico para se instalar no organismo humano, constituindo um quadro clínico relacionada à AIDS. Nessa fase, diz-se que a pessoa é portadora sintomática do HIV, podendo também transmiti-lo involuntariamente.

Essas doenças têm sinais clínicos - gânglios inflamados (ínguas), fadiga sem motivo, perda de peso involuntária, febres intermitentes, diarréias, tosses persistentes e suores noturnos - que não são, no entanto, exclusivos da infecção pelo HIV, e que podem ser ocasionados por uma série de outras doenças. Embora esses sinais sejam comuns entre portadores de HIV, a manifestação deles não caracterizam desenvolvimento exclusivo de AIDS.

Sabe-se que o HIV desorganiza o sistema imunológico. Quanto mais debilitado estiver o sistema imunológico, maior a possibilidade da pessoa vir a desenvolver AIDS. Vale a pena lembrar que uma pessoa portadora do HIV pode vir a desenvolver AIDS dentro de um período que dura, em média, oito a dez anos. No entanto, caso haja uma recontaminação por uma carga viral diferente, esse período pode ser abreviado.

As pessoas com AIDS são acometidas por uma série de infecções oportunistas ainda mais graves, dentre as quais destacamos algumas: pneumonia por Pneumocistis carinii, tuberculose, candidíase, toxoplasmose e sarcoma de kaposi.

7. Testes anti-HIV

Só é possível saber se uma pessoa está ou não contaminada através da realização de testes laboratoriais que pesquisem a presença de anticorpos contra o HIV no sangue coletado.

A infecção pelo HIV é, em geral, seguida do aparecimento de anticorpos contra o vírus. Um número suficiente de anticorpos para ser detectado em exames anti-HIV aparece, normalmente, doze semanas após a contaminação. Este período, denominado "janela imunológica", é o responsável, na maior parte dos casos, pela ocorrência de exame com resultado falsao negativo, uma vez que o organismo não teve tempo suficiente para produzir anticorpos anti-HIV.

No mercado brasileiro encontram-se disponíveis os testes ELISA e WESTERN BLOT. O ELISA é o teste mais comumente realizado por se tratar de um exame de menor custo, com sensibilidade e especificidade altas. O WESTERN BLOT é, geralmente, usado como exame confirmatório (em caso de ELISA positivo) por ser um exame mais caro. No entanto, é recomendado que qualquer resultado seja repetido e confirmado após um período mínimo de quatro meses, recomendado pelo seu atendente.

O teste anti-HIV deve ser realizado em postos de serviço público de saúde capacitados para isso, onde o interessado receberá orientação psicológica e escalrecimentos sobre a necessidade real de fazer o exame. Nesses locais o interessado terá atendimento gratuito, anônimo e confidencial, tendo preservado o sigilo sobre o resultado de seu exame. O cuidado especial tomado na realização e interpretaç